Carros de Corrida de Gente: o Toyota GT-One (TS020)

Desde a década de 1980 a Toyota já participava de competições de esporte-protótipos (SportsCars), como o Camel GT e o Grupo C, com carros muito rápidos, porém pouco competitivos em provas de longa distância.

Após a extinção do Grupo C, a Toyota continuou participando das corridas em Le Mans, com versões do esportivo Supra preparados em classes inferiores, depois com um modelo modificado a partir de um MR2, renomeado para reu com problemas de câmbio e foi forçado a abandonar. Sobrou apenas a 9ª posição final para o carro 27, 25 voltas atrás do Porsche GT1 vencedor.

Após o sucesso dos GT1 contra os protótipos, a ACO e a FIA decidiram mudar as regras para eliminar as brechas de regulamento que permitiam uma melhor performance dos GTs, e isso forçou a adoção de mudanças severas para 1999, sendo que a Toyota apenas modificou o GT-One, mas a Mercedes fez um carro totalmente novo, o CLR. A Porsche largou Le Mans naquele ano, a BMW continou trabalhando com protótipos, assim como a Panoz e a Nissan, e a Audi fez carros para competir nas duas classes, surgindo ali o embrião dos vitoriosos R8 e R10.

A Toyota, num esforço de melhorar a performance fez testes exaustivos em Spa-Francorchamps e quando voltaram a La Sarthe, cravaram 1º, 3º e 5º nos testes. No qualifying foram ainda melhores, com o 1º, 2º e 8º.

Apesar de na corrida eles estarem sempre entre os ponteiros, infelizmente os GT-One tiveram muitos problemas com os pneus da Michelin, geralmente causados pela brita presente na pista por causa de incidentes com outros carros. As rodas permitiram que acontecessem danos aos sistemas mecânicos que prendem as mesmas após o estouro de um dos pneus. Na volta 90, veio a primeira baixa: os danos do estouro de um pneu acabaram sendo terminais e forçaram o abandono. Na metade da corrida, veio a segunda perda com um acidente causado mais uma vez pelo estouro de um pneu em alta velocidade. A equipe ficou apenas com o Gt-One 3, que ainda rodava entre os líderes, sendo até aquele ponto grande parte da concorrência havera sido desbancada, como os Mercedes que se retiraram após o famoso acidente com Peter Dumbreck. A Audi havera perdido dois de seus quatro carros, a Nissan ficou sem seu R391, mas ainda tinha um Courage. Só a BMW e a Panoz continuavam sem problemas.

Na última hora da corrida, o GT-One estava na frente, um pouco a frente da BMW e dos dois Audis, mas enquanto estavam passando por retardatários mais uma vez os pneus traíram a equipe, que teve de fazer mais uma parada, e isso deu a vitória de bandeja para a BMW, uma volta atrás dos mesmos. Como prêmio de consolação ficou apenas a vitória na classe por terem sido os únicos sobreviventes.

Após a corrida em Le Mans, o GT-One apenas participou de mais um evento, o Le Mans Fuji 1000Km de 1999, composta em sua maioria de equipes japonesas. A Toyota encontrou a rival Nissan, que entrou na briga com o R391 e venceu o GT-One por uma volta de distância.

o projeto GT-One da TTE foi finalizado em 2000 em favor da equipe de Fórmula 1, pondo fim numa trajetória que se iniciou em 1985.

A Marlboro foi o principal patrocinador do carro em 1999, mas não teve a logomarca principal estampando o TS020 por causa das restrições a esse tipo de patrocinador na França, mas ainda assim eles colocaram uma pintura sememlhante às Ferrari de F1 da época. Outros patrocinadores eram Esso, Michelin e ZENT.

Chassis

Foram construídos sete GT-Ones para competição, sendo que apenas o último foi feito em 1999:

* LM801 - Protótipo para desenvolvimento, nunca correu.
* LM802 - Inscrito para as 24 Horas de Le Mans de 1998 com o número 29, depois utilizado como carro de testes.
* LM803 - Versão de rua do GT-One, em exposição na Europa.
* LM804 - Inscrito para as 24 Horas de Le Mans de 1998 com o número 28, 24 Horas de Le Mans de 1999 com o número 3, depois foi posto em exposição no Japão.
* LM805 - 24 Horas de Le Mans de 1998 com o número 27, depois utilizado como carro de testes.
* LM806 - 24 Horas de Le Mans de 1999 com o número 2.
* LM907 - 24 Horas de Le Mans de 1999 com o número 1.

O chassis de número LM804 não só foi utilizado nas duas edições das 24 Horas de Le Mans, como foi o único a terminar as duas corridas.

Ficha técnica

Motor
Toyota R36V, 3.6 Litros Twin-Turbo V8 (600 HP @ 6000 RPM, 479 lbf-ft @ 6000 RPM) - algumas fontes dizem que o motor utilizado em 1999 tenha 700 HP.
Câmbio
TTE de seis marchas não sincronizadas, manual e sequencial.
Suspensão
Independente nas quatro rodas, double-wishbone na frente e atrás.
Dimensão
484 cm de comprimento, 200 cm de largura, 900 kg de peso.

O Toyota GT-One já teve cravados 345 Km/h (214,28 Mph) num treino em Le Mans, na reta Mulsanne e a 352 Km/h (218,73 Mph) nos testes em 1999 e sua velocidade máxima com asa baixa pode chegar a 380 Km/H (236,13 Mph).

Traduzido e adaptado de Toyota GT-One